quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Chegada de Gabriel

Chegada de Gabriel

Meu terceiro neto, Gabriel, chegou na tranquilidade de um dia que findava; no dia vinte e um de outubro, no ombro de uma nuvem espessa. Só que a nuvem se segurou e não rolou feito água, céu abaixo, como das outras vezes.
A ansiedade era a mesma que sofrera desde o primeiro evento, quando nasceu Felipe; a mesma que inundava meu coração, no tempo de Guilherme. Avó sofre! Pode ser que avô sofra, que tia arregale os olhos e tio finja sossego. A verdade é que avó sofre! Avó Regina e Avó Mary. Esta, então era puro desespero! O tempo parecia estacionado. Ou era eu que olhava sem pausa para o relógio, querendo logo o menino na vidraça.
Nosso coração desceu do espanto, quando Surya, todo paramentado de cirurgião, surgiu à porta, com imenso sorriso e olhos como estrelas brilhando! Fingia calma, experiência já adquirida; só fingia, eu sei! Foi o abraço mais apertado que até hoje me deu.
Depois, foi só alegria, vendo o banho através da vidraça. O pai, que corajoso!- ou é a mãe que é corajosa?- lavava o filho com desenvoltura, sob a supervisão da enfermeira. Se uma avó limpava disfarçadamente alguma lágrima, pode ter a certeza de que era de pura emoção ou só um cisco que entrara em seus olhos!
Agora, é dar graças ao Senhor e curtir a presença desse anjinho, que, além de tudo, traz o nome de Anjo. E que Anjo!