segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Felicidade é Construção

Nem tudo é assim como se diz.
Li com curiosidade o texto de Eliane Brum, em análise psicológica das duas gerações mais próximas: a de 65 anos para mais e a dos quarenta e poucos anos. Poderemos ainda acrescentar, por minha conta os adolescentes de hoje, visto que se considera adolescente até os 25 anos de idade. Deve ser porque muitos estudam ainda e dependem, ao menos economicamente, de seus pais.
     A senhora psicóloga, afirma que a geração mais preparada sob o ponto de vista tecnológico, científico e social, com muitos recursos financeiros ou não; com estudo de línguas não está preparada para as frustrações que a vida certamente lhes trará. Esta geração mais preparada é como criança mimada; não pode ser contrariada. É insegura e só viaja mundo afora com proteção. Não encara suas viagens de modo independente e solitário. É a geração que acredita na felicidade que lhe chega " como patrimônio". Sem seu esforço, herda o paraíso das delícias. Por isso, essa geração mais preparada sofre muito, por pouca coisa. Geração que não se esforça para dar o seu melhor; insatisfeita, sempre.
     Dou - me o direito de discordar, mesmo não sendo psicóloga. Porém vivi dia a dia construindo minha vida. Recebi ótima educação de berço e me informei e continuo a me burilar, sabendo que a vida é difícil e com sabedoria eu posso encontrar felicidade nas pequenas - grandes coisas da vida.
     Meus filhos, também geração mais preparada, tem todas as ferramentas da ética e da moral; das ciências e da tecnologia de alto nível. São jovens na casa dos quarenta anos, viajam acompanhados e sozinhos, pelo Brasil e pelo Exterior, a passeio e a trabalho. Dão o melhor de si, mostrando -se profissionais de alto nível. Só para não me estender muito,  quero lembrar que somos sim, resultado de uma época, mas tanto nós, como pais, e eles - os filhos - aprendemos na pele e no cérebro, na emoção e no espírito, que a felicidade não surge " inteira " nem "pronta". Felicidade é construção com base no ideal sonhado. Felicidade é como os " Bocadinhos"  - pequenos sanduiches - e os " Tapas" - aqueles nacos de pão, encimados de um bom jamón, ervas finas com salmão ou apenas azeite extra - virgem. É estar com crianças em parquinhos, ajudando-as no escorregador ou no balanço; é estar fazendo castelos de areia na praia ou enchendo caminhãozinho de terra vermelha...Felicidade é reler um livro e captar, então, tanta coisa nova que nem tinha captado! É receber filhos e netos e curtir com eles jogos em que eles sempre ganham, de verdade ou que você facilitou fingindo não saber.
     Somos seres únicos. Por isso, generalizar nem sempre é correto. E a construção da Felicidade nunca termina, ou sim, termina quando nossa vida chega ao fim. Contudo é um trabalho apaixonante.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Paz Que Eu Busco

Por que, Senhor, suporto ainda
dias maus e tempos ruins?
Por que a tua luz
não clareia minhas sombras?
Por que vivo como crisálida em casulo,
causando-me prisão e pesadelos?
Por que a chuva de espinhos
não cessa em teu templo?
O tempo de minha reclusão é finito.
O tempo de tua glória é eterno!
Tira me, Senhor, deste tormento.
Leva - me desta terra estrangeira.
Quero estar no meu país, feliz, com amigos,
sob a palmeira do meu jardim,
a ouvir o passaredo.
E, se este lugar não existe por cá,
que o fecho vital de meu enredo
seja navegar na alvura da paz,
nunca humilhada sob o medo!