sexta-feira, 8 de abril de 2016

Da Fé e de seu Exercício

Lá estavam muitos sem esperança, alavancados no medo. O medo era real, em parte - também aumentado pelas densas nuvens do desemprego e da doença. A mídia a anunciar, como vendedor de pipoca, que as pandemias estavam fazendo a festa desde o esgoto a céu aberto até ralos córregos quase a secar...
Ela chegou mansa, devagar, como quem respeita o sono de criança de peito. Jeito bonito, educado, leve e abraçador. Falou baixo sem pretensão, que o tempo pedia Fé. E quando se fala em fé, pode ser fé na vida, em ficar rico ou ser miss do milho ou da cidade caipira. Mas a  Fé de que ela falava era o sentimento maior que busca o céu e alcança milagre. E disse, sem rodeios que não se pode ter fé apenas teórica. Ela começa na mente - despertada a razão - passa pelo sentimento e deságua em ação.
Se não se concretizar em atos, é morta! Além de um pedaço de pão ou um copo d'água podemos oferecer uma refeição completa aos assassinos mais cruéis que vivem nas prisões. Pode acontecer que o amor embutido em cada naco de frango ou garfada de maionese chegue ao coração daquele que nunca recebeu atenção...
Outras obras são espirituais- obras de misericórdia - como visitar algum doente em sua casa ou hospitalizado. Há idosos que vivem solitários, sem parentes nem amigos. É só buscar e encontraremos um campo vasto para exercermos a verdadeira Fé.
Se nada disso for possível, resta a força da oração " alavanca que levanta o mundo" - no dizer de santa Terezinha de Lisieux.
Se cremos em Deus, em Cristo precisamos mostrar ao mundo que neste caótico desencontro podemos ainda encontrar um lírio no meio da lama.