quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Conversa entre amigos

Conversa entre amigos

Faz tempo que não venho postar uma mensagem, mesmo curta que fosse. Entretanto, só fiz coisas boas: Li um livro de poesias de um amigo, outro livro de ficção até interessante e viajei um bocado. Andei por Campos do Jordão, Serra Negra, Vale do Paraíba e Búzios. Foi tudo muito agradável, dando uma pausa aos assuntos tristes, irritantes e estressantes qual sejam as roubalheiras de nossos " representantes" - Salve-me, Senhor, desta cambada!

Vi um bom filme, dentre os muitos medíocres. O drama que foi a vida de Edith Piaf está muito bem expresso no filme : " Um Hino ao Amor". Marrion Cotillard merece um Oscar. Veremos se lhe farão justiça.

Aqui, uma poesia para lembrar a quem le que há um momento em que se deixa de ser criança e é preciso decidir-se seguir a vida. Viver é difícil e crescer dói. Mas, permanecer bebezinho, quase dentro do útero, não é solução e ninguém quer. Se você, apesar de seus belos anos, ainda não se decidiu, decida-se agora. Não vai sofrer mais que ficar sob as asas de papai e mamãe!

Decisão

Criar asas. Voar.
Percorrer atalhos.
Abrir caminhos, entre matas,
matando desejos.
Domar o mal maior
ou a simples macacoa.
Mesmo que doa,
sofrer a renúncia do berço
e medrar sem medo,
rompendo elos pré-moldados...
Violar laços.
Assumir-se no universo
ao mesmo tempo antigo e novo.
Saindo do ovo, mesmo timidamente...
Mas saindo.
Ir mais longe. Superar-se.
Sondar os instintos.
Todos.
Raciocinar apenas o suficiente.
Ir só.
Ser só na trilha
que exige fantasia e trabalho.
Vigiar, como sentinelas,
portas e janelas do ego.
Não caducar.
Nem claudicar...
Enterrando a frustração da nada,
ressuscitar de cada dia o tudo,
numa fagulha de amor e coragem.

sábado, 6 de outubro de 2007

Recadinho

A vida é mais que armários, vãos e prateleiras para se encherem de coisas até inúteis!

A vida é mais que espaços, nos quartos e nas cozinhas...

O coração é que precisa de grande espaço, muito espaço para o amor e os amigos!

sábado, 25 de agosto de 2007

Desencanto



Queria fazer uma canção alegre,
mas a chuva chove em pesadelos,
na fúria dos ventos!
Queria o canto de aves
e suaves vozes de anjos e crianças...
Contudo, estrondos e espanto
prendem-me a respiração!
Maior o pânico da selva de cimento
que raios e tempestades.
Congelei minha emoção!
Por um insulto ferem um homem;
por um carro matam uma criança;
por um celular destroem uma família!
Vive o mundo no juízo ou na demência?
Queria só falar de paz...
Ninguém, porém, tem clemência!
O desencanto, então, faz
meu coração endurecido como granito!

domingo, 29 de julho de 2007

Ainda do tempo

Gente,o tempo está gelado!Todos concordam,não?
Estive pensando em como falamos do tempo: o tempo está feio,está lindo,está fechado! Quando eu tiver tempo...Preciso de mais tempo!Vou dar um tempo...O tempo dirá!
Conforme o texto bíblico, há tempo pra tudo: tempo de nascer, tempo de morrer;tempo de plantar e tempo de colher...
Já ouvi um tal de "quem planta vento, colhe tempestade".Poderia plantar vento e colher uma aragem em pleno sufoco do verão, o que seria uma dádiva!Lógico que para plantar deve escolher um bom tempo.
Ontem,meu amigo Tyto Alba saiu com essa:quem planta tempo, colhe velhice!Muito bem,Tyto,disse-lhe eu,e depois que faço eu com a velhice?!...
Na velhice,não poupe tempo.Gaste muito tempo só olhando a flor que nasceu na beira do lago.Mais tempo ainda gaste observando o branco brilhante do vôo da garça e o andar em grupo das galinhas d'Angola!Vai sobrar velhice pra quem plantou tempo.Use-a jogando conversa fora,nadando( se gostar e tiver energia)ou simplesmente caminhando, mesmo se trôpega caminhar...
Meu tempo de óscio terminou.Seu tempo aqui também.
Vamos gastar tempo em tantas outras searas.
Viram que o Tempo me fascina e me ensina grandes e pequenas coisas!
Há um tempo infinito- relativo e outro infinito- absoluto...Mas este é um mistério!

domingo, 22 de julho de 2007






Este é o Felipe de que falei que chegou numa São Paulo molhada e fria...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Vovó novata em tempo de Banda Larga

Meu primeiro neto, Felipe, chegou na noite de vinte e nove de maio.
Veio nas asas de um vento forte, protegido da chuva que chovia em confetes, iluminados pela luz do poste, à frente de minha janela. Eu conversava com a noite fria, trocando confidências de expectativa, confiança e ansiedade...Primeiro neto faz o coração da gente pendurar-se, equilibrando-se nos múltiplos trapézios da emoção!
Sobretudo coração de avó novata, pós-moderna, de primeira viagem, em tempo de Banda Larga!
Lá pelas vinte e trinta horas, o pai da criança, meu filho por adoção e carinho, carregado pelo espanto do momento e a doçura do mistério, flutuava entre o berçário e nosso aposento!
E veio o primeiro banho de Felipe, fotografado através da vidraça, traçando laços indeléveis entre si e os avós e tios e amigos! Ele é lindo! E é meu neto! É promessa e sonho; é graça e paz de Deus!
Vovó Regina que se cuide e se apresse a entender e decifrar todos os meandros da Internet, antes que Felipe acorde! Então, num piscar de olhos, o tempo que voa como o vento forte que trouxe o menino o apresenta como guia desta vovó novata que mal sabe dominar o mouse!
Minha amiga Eliana tem um Felipe que é o sol de sua vida!
Felipe, Rafael ou Gabriela são todos de deixar as vovós em encantamento, com sorriso de orelha à orelha!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Das Plantinhas e dos Amores






A hortelã definhava...
A salsa amarelada pedia amparo.
A segurela sumira
e o coentro chorava por ela...
O manjericão e a cidreira sinalizavam morte,
como pasto de lagartas insolentes!
Eu ia e vinha, nas ocupações do mundo,
que arbitrara mais importantes.
Não percebera a necessidade de cuidados
das minhas plantinhas!
Hoje, gastei a manhã inteira;
gastei, não a perdi,
promovendo harmonia
entre joaninhas e pulgões,
longe da horta e do jardim.
Tristemente, entendi
o silêncio eloqüente do jasmim
e a morte violenta da violeta.
Tal como minha noiva, não suportaram o abandono.