quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

De Novo: O Fim Do Ano

     O nascimento de Jesus, o Cristo, poderia ser celebrado durante os 365 dias do ano. E deixar nascer o Salvador em nós, nada mais é que nos revestirmos de seus pensamentos e sentimentos, pondo - os em ação. É difícil, porém, não impossível. Com atenção e disciplina esta transformação vai aos poucos acontecendo ao longo de nossa caminhada pela vida. Mais um dia que tenho é tempo de rever minhas opções, consertar atitudes negativas ou adubar comportamentos saudáveis. Com essa revisão diária, como bom jardineiro ou agricultor, não diremos como mantra habitual: " Feliz Natal" ou " Feliz Ano Novo". Nossos bons desejos devem nascer da solidariedade e da compaixão. Não se pode viver dando murros em punhal e nas festas natalinas ou ao fecharem - se as cortinas do velho ano, guardarmos a adaga ou o revólver. Pois há atos  ou palavras e omissões que beiram a assassinatos!
     Peneirando o tempo, deixando vazar os bocados de dor, de medo e frustração, sobrará um caldo denso, suculento de amizade e amor que fará bem a muitos.
     Dias finais, recontagem para terminar o ano, hora de agradecer: ao esposo, aos filhos, aos irmãos, aos amigos; agradecer aos vizinhos, aos serviçais e ao Autor da vida.
     Que 2018 nos seja mais leve e eu possa aproveitar melhor meus minutos. E jamais olvidar a missão de amar sem reservas. Se eu conseguir isso, serei abençoada e construirei um oásis de paz!
Então, tenhamos metas reais, possíveis e ao amanhecer do novo ano, começaremos a nova trilha, na peregrinação da vida.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Felicidade é Construção

Nem tudo é assim como se diz.
Li com curiosidade o texto de Eliane Brum, em análise psicológica das duas gerações mais próximas: a de 65 anos para mais e a dos quarenta e poucos anos. Poderemos ainda acrescentar, por minha conta os adolescentes de hoje, visto que se considera adolescente até os 25 anos de idade. Deve ser porque muitos estudam ainda e dependem, ao menos economicamente, de seus pais.
     A senhora psicóloga, afirma que a geração mais preparada sob o ponto de vista tecnológico, científico e social, com muitos recursos financeiros ou não; com estudo de línguas não está preparada para as frustrações que a vida certamente lhes trará. Esta geração mais preparada é como criança mimada; não pode ser contrariada. É insegura e só viaja mundo afora com proteção. Não encara suas viagens de modo independente e solitário. É a geração que acredita na felicidade que lhe chega " como patrimônio". Sem seu esforço, herda o paraíso das delícias. Por isso, essa geração mais preparada sofre muito, por pouca coisa. Geração que não se esforça para dar o seu melhor; insatisfeita, sempre.
     Dou - me o direito de discordar, mesmo não sendo psicóloga. Porém vivi dia a dia construindo minha vida. Recebi ótima educação de berço e me informei e continuo a me burilar, sabendo que a vida é difícil e com sabedoria eu posso encontrar felicidade nas pequenas - grandes coisas da vida.
     Meus filhos, também geração mais preparada, tem todas as ferramentas da ética e da moral; das ciências e da tecnologia de alto nível. São jovens na casa dos quarenta anos, viajam acompanhados e sozinhos, pelo Brasil e pelo Exterior, a passeio e a trabalho. Dão o melhor de si, mostrando -se profissionais de alto nível. Só para não me estender muito,  quero lembrar que somos sim, resultado de uma época, mas tanto nós, como pais, e eles - os filhos - aprendemos na pele e no cérebro, na emoção e no espírito, que a felicidade não surge " inteira " nem "pronta". Felicidade é construção com base no ideal sonhado. Felicidade é como os " Bocadinhos"  - pequenos sanduiches - e os " Tapas" - aqueles nacos de pão, encimados de um bom jamón, ervas finas com salmão ou apenas azeite extra - virgem. É estar com crianças em parquinhos, ajudando-as no escorregador ou no balanço; é estar fazendo castelos de areia na praia ou enchendo caminhãozinho de terra vermelha...Felicidade é reler um livro e captar, então, tanta coisa nova que nem tinha captado! É receber filhos e netos e curtir com eles jogos em que eles sempre ganham, de verdade ou que você facilitou fingindo não saber.
     Somos seres únicos. Por isso, generalizar nem sempre é correto. E a construção da Felicidade nunca termina, ou sim, termina quando nossa vida chega ao fim. Contudo é um trabalho apaixonante.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Paz Que Eu Busco

Por que, Senhor, suporto ainda
dias maus e tempos ruins?
Por que a tua luz
não clareia minhas sombras?
Por que vivo como crisálida em casulo,
causando-me prisão e pesadelos?
Por que a chuva de espinhos
não cessa em teu templo?
O tempo de minha reclusão é finito.
O tempo de tua glória é eterno!
Tira me, Senhor, deste tormento.
Leva - me desta terra estrangeira.
Quero estar no meu país, feliz, com amigos,
sob a palmeira do meu jardim,
a ouvir o passaredo.
E, se este lugar não existe por cá,
que o fecho vital de meu enredo
seja navegar na alvura da paz,
nunca humilhada sob o medo!

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

O Perfume da Vida

Ama as estrelas
que cintilam no céu.
Descerra da mente
o nebuloso véu
que encobre totalmente
o encanto de viver.
Ama a água
que cai pesada
e escorre na calçada
ou segue cantante das fontes.
Ama os montes,
as flores e os campos.
Ama o cinzento desbotado
dos pardais insolentes,
que piam a morrer de amores
na goiabeira do quintal.
Ama o sol que te desperta
e o pequeno animal
que a criança aperta
num abraço sem igual!
Ama toda boa lembrança ;
ama sem distinção
sem nem pensar em vingança!
Ama o sino da capelinha
que bate tímido, descompassado.
Ama o homem apressado,
outros mil desconhecidos,
carrancudos, distraídos...
Ama o tumulto dos carros,
os latidos e os chiados,
os chilreios e os miados,
os gemidos e os cantares.
Ama a vida que tens -
entre tropeços, apelos e atropelos -
ainda mais o silêncio da noite.
Ama sem pressa e preza
cada dia concedido.
Colhe, agora, sem demora,
colhe cada momento como rosas
para que possas
experimentar o perfume da vida!

sábado, 26 de agosto de 2017

Tempos

Tempo de pra dentro caminhar,
na solidão da maturidade,
vivenciando muita saudade,
reciclando o jeito de amar.

Vem o gosto da liberdade.
Sem regras nem leis: rebeldia!
Mas sinto a vida vazia.
Nada vale tal vaidade...

Na juventude, as correias, os laços;
as obrigações, lutas sem fim!
Nada de risos, nada de abraços.

Hoje, há um pêndulo dentro de mim.
Como máquina moldada a compasso,
quando digo "não", ele diz " sim".

sábado, 8 de julho de 2017

Revolução Interna

Que nuvem escura é essa
à procura de um chão onde desaguar?
É um bando de crianças de rua,
esfomeadas, atenazadas, maltratadas...
Esmolando e esfolando muitos!

Que nuvem escura é essa,
sem censura nem ternura
que vem sorrateira
e, como ratoeira
prende sem piedade?
É um bando de jovens tristes
trazendo diplomas
e implorando trabalho,
como a planta da noite o orvalho.

Que nuvem escura é essa sem promessa
de dias melhores?
Outro bando de velhos
sem hospitais nem remédio,
contornando da vida o tédio,
que só o viver já cansa...
Não tem vida mansa
nem manda nos próprios dias...

Soprando forte há uma esperança,
como a criança a bolha de ar.
Fogo à terra atear!
Usar espada ou chicote,
pois não há quem suporte
viver a vida sem justiça!

Revolução interna
é a tomada de consciência crítica.
É a primeira que acontece!

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Novas Tecnologias / Novos Conceitos

     A pauta do momento é a saída do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump do Acordo do Clima, de Paris. Alguns cientistas, inclusive brasileiros, não acreditam muito nesta terrível ameaça ao nosso planeta. Como o desastre ambiental não seria imediato - mas para um futuro distante - os governos tendem a proteger sua economia, como no caso do senhor Trump.
      Yuval Noah Harari, jovem historiador israelense, em seu livro "Homo - deus, Uma Breve História
Do Amanhã" - mapeia as tendências das tecnologias e suas graves consequências para a humanidade. Cientistas em geral julgam tais avanços tecnológicos a maior maravilha do mundo. Pois diante de uma crise climática, as melhores invenções ganhariam vida. Noah aponta os avanços tecnológicos, como a biotecnologia e a inteligência artificial que farão os homens se julgarem " deuses." O autor tem esses avanços como realidade para os próximos 200 anos. E diz que isso não é profecia, mas constatação. O historiador não tem a mesma opinião dos cientistas, quanto a vida no planeta se tornar apenas processamento de dados.
      Manipular a Vida já o fazem com sucesso. O problema maior, segundo o autor, seria a questão filosófica e metafísica. Ninguém indaga sobre a Consciência e as Experiências Subjetivas. Contudo, Noah acredita que a consciência e a alma poderão acompanhar o ritmo das tecnologias e evoluírem de um modo jamais pensado. O ser humano acompanha as modificações do mundo. Com técnicas apropriadas todo desejo poderá transformar- se em realidade. Diz o autor que as histórias contadas desde muito tempo até o século XX devem ser deixadas para trás. Neste século XXI temos que ter outras histórias.
      As pessoas não mais morrerão por doenças; prolongarão suas vidas, superando a velhice.
      Não creio que será um maravilhoso mundo, pois o homem não trabalha focado no bem de todos, mas no de uma minoria que lhes pagará muito alto valor para possuir tais benefícios. O ser humano tem como foco o lucro em tudo que faz. E, sem avançar na questão "qualidade" do ser, o mesmo homem aperfeiçoado tecnicamente será muito falho quanto à ética, à moral e à espiritualidade, pois que desde agora, o autor não consegue dizer como será a evolução da consciência individual ( e, certamente, a consciência coletiva).
      Quando se fala em mudança climática como crise para o planeta, o autor nos lembra sobre o atraso da Física no século XIX. Quando pensavam que já sabiam tudo, surge a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica. Em seguida, tivemos o avião a jato, os trens rápidos e outros inventos e "descobertas" e avanços, como a Internet.
      Temíamos que algum ditador fosse dominar o ser humano a partir de fora. Agora, pode- se temer que o indivíduo se desintegre a partir de dentro. Sem o livre arbítrio, a biotecnologia conhecerá o ser humano por completo e fará por ele as melhores escolhas. A ciência não considera o indivíduo. Para ela o ser humano é uma coleção de subsistemas biológicos. É assim que serão tratados os indivíduos.
      No século XXI teremos nova ideologia, nova história e provavelmente nova religião, mais adaptada aos novos costumes e tecnologias. Precisam saber como farão com a consciência e a alma, talvez serão conectadas a máquinas.
      Assim, voltamos ao ponto de partida: a mudança climática causada pelo homem é apontada como uma barreira para a transformação da economia e da sociedade em algoritmos. Porém, como estas coisas todas são para médio e longo prazo - mínimo 150 anos - quem viver as verá. Não eu, é certo.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Elogio da Coragem

Ele dizia:-Tomai cavalos e cavaleiros,
espadas e varapaus! Vencei os maus!
Para Josué ordem igual.
Contra o mal, para além da muralha,
tocar a trombeta até vê - la cair.
Tomar posse da terra e fazê - la produzir.
A rainha, no leito nupcial,
degola o rei para salvar seu povo!
De novo, o elogio da coragem...
Na voragem do tempo, contemplo a covardia.
Nada de rebeldia!
A boca sempre calada .
Mesmo para a comida fechada
que esta é quase nada!
Pás, ancinhos, foices...
Foi - se a charrua; ficou a máquina
e muita gente na rua!
Mente quem diz que o povo está feliz!
Nenhum Balzac, na comédia humana!
Nem mesmo um corajoso alferes Joaquim...
Assim não vai!
Onde uma Joana D'Arc e Jean Moulin?
Chega de Guernica sem Picasso!
Escasso mundo de profetas e sábios,
de um como Cristo, com a Verdade
e com chicote, chamando à liberdade!

sexta-feira, 24 de março de 2017

Hora de Acerto

Temei, ó governantes, o povo em multidão! Pois é Deus quem o inspira e o leva a gritar por Justiça! Temei e tremei, ó corruptos, porque é chegada a hora do acerto. E o povo faz o cerco e se instala nas ruas contra vós! E, neste tempo acerbo, o povo só tem uma voz: - Fora a mentira e o despudor, que o povo não mais suporta tanta opressão e tanta dor!

sábado, 4 de março de 2017

Depois do Carnaval

Com esta dita falta de dinheiro devido aos imensos roubos nos cofres públicos, não só os milhares de desempregados perderam o poder aquisitivo, como também empresários e comerciantes estão a reclamar que o país está parado. Fizeram, então, o carnaval possível. Exibiram uma alegria modesta e desfiles de pouca valia, sem entusiasmo. Na verdade, eu vi pouca coisa, quase nada. Finda a folia, era hora de pôr os pés no chão, cantar modinha suave ou mesmo vi quem buscasse consolo nas cinzas, aplicada sobre sua cabeça ou na testa. Era uma festa diferente, tipo cair em si que a pátria " mãe gentil" passa por uma purgação nunca vista. E falou - se de perdão, amor, construção da paz, desapego, esmola, oração e jejum. Separados em pequenos grupos partilhamos os significados de palavras tão ricas. Uma jovem mãe, contou - nos que havia seis meses o marido estava desempregado. Era pedreiro e sua área estava completamente parada. Tinham vendido o carro principal, pouco usado e ficaram com um bem velho. O dinheiro colocara no banco. Pagaria com ele a escola particular da filha de cinco anos que não tinha com quem ficar em casa. Outro, um homem de uns sessenta anos, abordou que sentia muita dificuldade em perdoar ofensas e humilhações de pessoas da própria família. Concluía que ao pensar naqueles familiares sentia fortes dores no peito e no estômago. Refletimos que o "Perdão" deveria ser ensinado em casa para as criancinhas, nas escolas, desde os pequeninos, ser receitado nos consultórios até entoado em melodias. Proclamado não somente nos confessionários e ao pé do altar...Falei com o homem ali, que aquelas dores que ele sentia eram na verdade a somatização de sua raiva e mágoa. Certamente, o rancor fazia maior a produção de ácidos e não tardaria a ter úlcera gástrica ou problemas intestinais. Olhou -me com ar de espanto e me disse indignado que eu lhe estava sugerindo que esquecesse as humilhações? Queria eu que ele fingisse que nada vinha acontecendo por muitos anos? Expliquei-lhe que o ato de perdoar nada tem em comum com o esquecimento. Perdoar é um ato da Vontade. E é um gesto que mais beneficia a quem o dá do que ao que o recebe. E a jovem, cujo marido estava desempregado, arrematou solidária ao ofendido. Dizia que se ele perdoasse poderia parecer um fraco, sem sentimentos profundos. Afinal o outro não lhe veio pedir o perdão! O fato de uma pessoa não nos pedir desculpas ou perdão não significa que eu não a deva perdoar. Pode acontecer que o ofensor nem conjecture que você ficou tão magoado. O outro segue a vida feliz e você carrega um fardo vida afora. Porque a falta de perdão pesa e causa desde insônia, constipação até câncer. Perdoar não significa necessariamente esquecer o fato. Decido que perdoei e pronto. Como um retrato que você tem em sua parede ou num belo porta - retrato sobre a mesinha assim você coloca seu agressor, aquele que o maltratou e prejudicou. E cada dia você pensa nele com ira e mágoa. Se você tirar esta foto de sua frente e a colocar em um álbum dentro do armário, certamente ela estará ali; você não a esquecerá. Contudo, aos poucos até orando pelo malfeitor, a carga emocional diminuirá e não mais lhe incomodará. Assim também faça com suas próprias atitudes que ofenderam alguém. Perdoe - se a si mesmo. Tire a fotografia da parede ou do porta - retrato de sua vida. Nosso Deus é simples e generoso; Ele nos perdoa e esquece. Ele nos acolhe como filhos. Oramos, em seguida, pedindo a graça de perdoar. E vi aquele homem a chorar tentando disfarçar sua emoção. Quando a gente realmente se dá conta de que perdoou, tem - se uma sensação agradável de leveza , uma sutil alegria que preenche. O desejo de perdoar é o primeiro passo para esta transformação. Aqueles que conseguem dar este passo serão mais felizes e saudáveis. Este encontro, depois do carnaval, nos envolveu no tema do perdão, deixando para trás outras questões menos importantes.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Busca Incansável

O lago esbanjando claridade, espelhando o sol, ferindo - me as retinas! Retive a emoção! Levei a sensação de perenidade mata adentro... O véu das ramarias, entrecortado de luz, dançava ao vento, como no tempo de fadas, no mistério multicolorido de aves e borboletas. Congelei o momento, na memória da saudade, tal o encantamento, tamanha a felicidade! No azulado infinito, tem gosto de eternidade o albatroz pairando em círculos , senhor do universo! No anverso da paisagem, a imagem fugaz de um homem em paz, à beira do lago, pescando esperança... Deslumbramento infinito! Dentro em mim, o lago na calmaria, a luz perene, bondade e beleza, no auge do esplendor. Aqui, encontro Deus, o eterno, o Tudo. A paz que se busca como andarilho, não dura nem tem o brilho da que se encontra dentro de ti!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Reflexões enquanto ainda no Tempo

Estaria eu sendo repetitiva ou os fatos, no Brasil e no mundo estão eles mesmos repetitivos? É o que julgo: mais lenha na fogueira de ataques terroristas; mais outros avulsos, soltos por lá e por cá, imitando o complexo de Tânatos, a torto e a direito. Já ou enfim, li os dois livros de Estulin. Jogaram mais luzes sobre o que eu sabia e mostraram coisa nova, no que se refere à manipulação das massas ou lavagem cerebral, muito bem planejada e executada! Fartei- me à náusea com a pandemia de Zicas e Dengues e seus pares. Cansados, enfiam- nos goela abaixo a Febre Amarela e o vandalismo sangrento nos presídios. Há mais de vinte anos, eu e minhas amigas comentávamos sobre a má administração carcerária ou seu completo abandono pelos governos estaduais ou federal. E, desde o ano próximo passado, ficamos a assistir ao circo escandaloso e imoral, no que se revelou as entranhas do governo brasileiro. Em sua cúpula, os três poderes, descendo às camadas inferiores da sociedade num conluio indecente de assalto à nossa economia. Aquilo tirava nosso sono, pois decidíamos pensar, coisa que muita gente não faz. Pensar cansa e normalmente não conseguimos boas mudanças. Mas, como quem só gosta de brincar e se vicia nos brinquedinhos, quem gosta de refletir também se acostuma até vicia em pensar... Foi então, que no meio de tantas vira - voltas, apareceu um juiz sério que teve a felicidade de juntar - se a outro igual. Juízes que agem dentro da Lei. Isso deveria ser a norma. Contudo, há sempre um "jeitinho" para adiar punições aos infratores, quando nas mãos de juízes " bonzinhos ". Agora, nossa esperança está congelada! Ao menos em estado de espanto está o brasileiro pensante: falece, num desastre aéreo, o competente e virtuoso das Leis, o ministro Teori Zavascki. Coincidência ou fatalidade, ele homologaria as delações de muitos, em rapina bilionária! Sim, porque o Brasil, que mundo afora é conhecido como país pobre, aqui dentro, os roubos dos políticos corruptos e seus pares são sempre de milhões, cuja soma do vício chega sempre aos bilhões. Bom motivo terão para atrasar tais investigações, nas quais são citados o atual presidente da República e o atual presidente do Senado! " Brasil, mostra tua cara! Quero ver quem paga pra gente ficar assim." A música é velha, mas o problema atual. Como faz tempo que a gente " está assim! ". Por muito menos, Getúlio Vargas suicidou-se! Infelizmente, o mundo não nos oferece coisa melhor. A saída da Inglaterra da Comunidade Europeia e a eleição de Trump nos E.U. nos sinaliza tempos arrogantes de se considerarem melhores que os demais e muito melhores que os países em desenvolvimento. Convido todos à oração. Não por desesperança ou temor, mas porque traz a paz e espanta o estresse; favorece a saúde, fortalece a fé. Também, uma taça de vinho, diariamente e duas ou três, no sábado é um santo remédio e faz brotar alegria no coração!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ponderação

Faltam poucas horas para fecharmos as portas do Ano Velho! Com bons momentos e horas de dúvidas, dores; dias densos, sombrios... O mundo inteiro trazendo más notícias e com muita coragem fomos colocando luzes e caminhando com cautela. Vozes nefastas ecoaram por muitos ângulos. A meta é sempre manter o povo em alerta; no temor. Que os propósitos de 2016, cumpridos ou não fiquem por lá. Que novos sonhos sejam elaborados sem pressa. Também quero que minhas metas não sejam tão grandiosas. Como já refleti, que nossas metas sejam mais imediatas, pequenas, singelas; modestas mesmo. Quero estar viva ainda mais um tempo. Contudo, ninguém sabe o " quando " nem o " como". E não me preocuparei com isso. Se conseguir arrumar minhas gavetas e esta mesa; se conseguir escrever algo, mesmo que quase ninguém leia, ótimo! Se eu terminar a leitura daqueles cinco livros, uns lidos pela metade, outros ainda mal começados. Preciso disciplinar a gula mental e física. " Las Cartas Secretas...", de Gianluigi Nuzzi, está no início. Os dois de Daniel Estulin, " Club Bilderberg" estou a terminar. O de Roberto Pazzi, " Conclave" também no início. " Cartas de Hastings e de Paris, de Teilhard de Chardin, para reler;o mesmo para " Terra dos Homens" de Saint - Exupéry. Isso é urgente e básico. Sei que outros já teriam lido tudo isso e mais o dobro. Não me compararei com os revisores de editora, os profissionais da leitura e releitura. Mas, isso é o mínimo que tenho a fazer, quanto à leitura. Não ponderarei sobre os exercícios físicos e as muitas pausas que me concedo nem sempre voluntárias. O que plantar desde hoje é o que colherei à frente. Quero plantar mais amor, com formato de sorrisos, de abraços, de brincadeiras com netos e debulhar conversas jogando- as pelo chão e pelo ar, sem nenhuma pressa ou preocupação. Com atenção ao momento, sugando o tudo da hora. Embora a frustração sempre aconteça, não me esconderei sob a doença em forma de negação. Quero assumir a tristeza, se aparecer, sem máscara de palhaço que chora pra dentro ou sozinho em seu camarim. Se tiver que chorar, chorarei no palco da vida. Se tiver motivo para rir, quero rir muito, exageradamente. Sem fingimento nem de sofrimento nem de prazer. Pronto. Fim de ano. Sem culpas; com mérito de trabalho feito. Pouco, é verdade. Mas, cá tenho meus motivos. Quero ser digna do Mestre: ponho as mãos no arado e não olho para trás. Se ainda tiver vãos nestas tarefas, pretendo pintar dois quadros e organizar um livro de poesias. Tudo muito devagar. Porque ansiedade é doença séria. O ansioso fica estressado. E a doença deste tempo é o estresse que está sob muitas vestimentas. Nem preciso enumerá-las. Posso até saber de guerras, crises econômicas e governamentais. Passo por elas navegando suavemente. Contudo sei que as ondas bravias podem balançar meu barco. Porém, sou forte na fé: creio que o equilíbrio vem d'Ele. Nada me abalará. Ponderação superficial, mas que me conforta. Que o Ano Novo seja de fato novo para mim e para muitos. Então, feliz Ano Novo!