sexta-feira, 2 de junho de 2017

Novas Tecnologias / Novos Conceitos

     A pauta do momento é a saída do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump do Acordo do Clima, de Paris. Alguns cientistas, inclusive brasileiros, não acreditam muito nesta terrível ameaça ao nosso planeta. Como o desastre ambiental não seria imediato - mas para um futuro distante - os governos tendem a proteger sua economia, como no caso do senhor Trump.
      Yuval Noah Harari, jovem historiador israelense, em seu livro "Homo - deus, Uma Breve História
Do Amanhã" - mapeia as tendências das tecnologias e suas graves consequências para a humanidade. Cientistas em geral julgam tais avanços tecnológicos a maior maravilha do mundo. Pois diante de uma crise climática, as melhores invenções ganhariam vida. Noah aponta os avanços tecnológicos, como a biotecnologia e a inteligência artificial que farão os homens se julgarem " deuses." O autor tem esses avanços como realidade para os próximos 200 anos. E diz que isso não é profecia, mas constatação. O historiador não tem a mesma opinião dos cientistas, quanto a vida no planeta se tornar apenas processamento de dados.
      Manipular a Vida já o fazem com sucesso. O problema maior, segundo o autor, seria a questão filosófica e metafísica. Ninguém indaga sobre a Consciência e as Experiências Subjetivas. Contudo, Noah acredita que a consciência e a alma poderão acompanhar o ritmo das tecnologias e evoluírem de um modo jamais pensado. O ser humano acompanha as modificações do mundo. Com técnicas apropriadas todo desejo poderá transformar- se em realidade. Diz o autor que as histórias contadas desde muito tempo até o século XX devem ser deixadas para trás. Neste século XXI temos que ter outras histórias.
      As pessoas não mais morrerão por doenças; prolongarão suas vidas, superando a velhice.
      Não creio que será um maravilhoso mundo, pois o homem não trabalha focado no bem de todos, mas no de uma minoria que lhes pagará muito alto valor para possuir tais benefícios. O ser humano tem como foco o lucro em tudo que faz. E, sem avançar na questão "qualidade" do ser, o mesmo homem aperfeiçoado tecnicamente será muito falho quanto à ética, à moral e à espiritualidade, pois que desde agora, o autor não consegue dizer como será a evolução da consciência individual ( e, certamente, a consciência coletiva).
      Quando se fala em mudança climática como crise para o planeta, o autor nos lembra sobre o atraso da Física no século XIX. Quando pensavam que já sabiam tudo, surge a Teoria da Relatividade e a Mecânica Quântica. Em seguida, tivemos o avião a jato, os trens rápidos e outros inventos e "descobertas" e avanços, como a Internet.
      Temíamos que algum ditador fosse dominar o ser humano a partir de fora. Agora, pode- se temer que o indivíduo se desintegre a partir de dentro. Sem o livre arbítrio, a biotecnologia conhecerá o ser humano por completo e fará por ele as melhores escolhas. A ciência não considera o indivíduo. Para ela o ser humano é uma coleção de subsistemas biológicos. É assim que serão tratados os indivíduos.
      No século XXI teremos nova ideologia, nova história e provavelmente nova religião, mais adaptada aos novos costumes e tecnologias. Precisam saber como farão com a consciência e a alma, talvez serão conectadas a máquinas.
      Assim, voltamos ao ponto de partida: a mudança climática causada pelo homem é apontada como uma barreira para a transformação da economia e da sociedade em algoritmos. Porém, como estas coisas todas são para médio e longo prazo - mínimo 150 anos - quem viver as verá. Não eu, é certo.