domingo, 29 de julho de 2012

Poesia Incompleta

Qualquer dia, voltarei a este texto para eleborá-lo; agora, é poesia incompleta.

    Poesia é ritmo, é rima, é emoção.
    É pensamento sem solução...
    É um gato se esticando no telhado,
    Baiana sambando de rosto molhado,
    Feito louca, na avenida.
    É o riso, o choro, a mão apertada.
    É silêncio, um não dizer nada.
    Poesia é mais que ritmo e rima.
    É pensamneto longo ou curto,
    Que se acaba num minuto
    Ou permanece para sempre.
    Sei que não minto:
    Poesia de rima ou ritmo é a negação,
    Pois que poesia é o coração.

Todos os meus pensamentos se traduzem em emoção. Contudo, alguns me dizem ser eu muito racional.
A objetividade é necessária em todos os momentos de nossa vida. Os sonhos, os projetos, porém, devem ter um bom espaço em nossa existência. Caso contrário, a vida seria muito árida, quase insuportável.
Então, confira poesia em sua vida, mesmo sem escrever versos. Que seu coração pulse em sintonia com o Criador e com a Natureza, amando e saboreando cada instante.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Carne Queimada

     A Carne Queimada

     Foi um pequeno esquecimento.
     Florinda e Orminda viviam na mesma casa. Um pequeno sobrado, na rua Mourato Coelho, Vila Madalena, em São Paulo. Florinda já contava setenta e cinco anos e Orminda setenta e dois. As duas, solteiras e com algumas posses de herança e uma parca aposentadoria, sempre faziam suas refeições em um modesto restaurante, na rua Fradique Coutinho. Como aniverssariaram respectivamente em maio e julho, resolveram oferecer um almoço aos sobrinhos, recém chegados a S. Paulo. Florinda pensou em feijoada. Orminda concordou e lá foram às compras. Tudo certo, separadas as carnes mais fáceis, Florinda pôs a carne seca de molho por duas horas. Agora, daria uma fervura de cinquenta minutos para adiantar seu almoço do dia seguinte. Cobriu a carne com nova água e principiou o cozimento. Orminda já estava vestida para irem almoçar e apressava Florinda. Esta subiu ao quarto, banhou-se, perfumou-se e desceu apressada. A irmã a esperava na rua; tinha hora certa pra tudo. Muito mais para o almoço. Sairam tagarelando, especulando se os sobrinhos lhe trariam presentes, se estavam mais bonitos...Almoçaram e decidiram comprar sorvete que seria uma boa sobremesa; prática e gostosa. Subiram a ladeira meio sem fôlego, carregando a lata de sorvete. À frente da casa, Orminda olha a irmã com espanto, e franzindo o nariz a interroga se aquele cheiro horrível não seria sujeira de cachorro mal educado. Florinda sonda o ar, respira fundo e conclui que é poluição mesmo. Afinal, em S. Paulo vivemos com irritação nos olhos e o ar é pestilento. Passa um transeunte e, ouvindo as ponderações, concorda que o cheiro é muito estranho e ruim. Orminda gira a chave, abre a porta e arregala os olhos levando a mão à boca e nariz. Florinda adianta e percebe a casa toda envolta em densa e escura fumaça; o cheiro pestilento tudo envolve.  Corre e apaga o fogo. Da água resta apenas uma colherada; a carne tornou-se um carvão. Abrem as janelas e a porta da cozinha. Florinda proibe que se abra a porta da rua. Ligam o ventilador na posição de exaustor. Combinam nada dizer às visitas. Ainda à hora de dormir a casa está empestiada. Torcem para que no dia seguinte o cheiro tenha- se ido.
     Decidem que comprarão a feijoada pronta e dirão que foram elas que fizeram. Assim fica mais carinhoso, elas pensam.
     Naquela manhã de sábado, elas limparam o chão com sabonete líquido, gastaram quase o frasco inteiro de purificador de ar até velas acenderam. Orminda foi comprar a feijoada completa e trouxe também flores. Tudo ajeitado, quando os sobrinhos adentraram a casa, a primeira coisa que a jovem falou foi uma observação sobre aquele cheiro estranho. Florinda fez ares de curiosa e Orminda, segurando o riso, arrematou:
- É a poluição, meus queridos. É a poluição. Vocês que vem de Campinas não fazem ideia do sufoco em que vivemos.
     Serviram o almoço recebendo elogios e depois que os sobrinhos partiram as duas senhorinhas cairam na gargalhada.

Reflexões na noite

    Refexões na noite
   
    Tenho refletido - já escrevi sobre isso - sobre como o mundo é instável, lugar perigoso. Aliás, é perigoso viver. Ouvindo sobre o tal massacre em Denver, no Colorado, Estados Unidos, voltei a pensar nestes desajustados que surgem de tempos em tempos. Este matou doze e feriu mais ainda. Fui ao mais noticiado, o massacre de Columbine,no distante 1999. Comentamos sobre 1991, no texas. Ainda entram na cronologia, 2007 em Virgínia Tech; 2008, em Chicago também na Louisiana. Em Oslo, na Noruega,2011 penso que foi o mais terrível- se mesmo uma só morte não for algo terrível- foram setenta e sete (77) mortos. Pessoas mais estruturadas, vamos vivendo com o estresse que nos provocam as injustiças, a ignorância, a imoralidade, a falta de ética e de amor. Outros, não aguentam, surtam e sempre encontram alvos inocentes onde derramam seu ódio e frustrações.
Triste mundo que poderia ser um jardim tranquilo onde todos vivêssemos em harmonia.
Bem nos avisou o Mestre: " No mundo, haveis de ter aflições. Coragem, eu venci o mundo"

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uma Espiada em Minha Tulha

    De vez em quando, dou uma espiada em minha tulha. Mais rasgo rascunhos que empunho algo que preste. Contudo, é bom lembrar alguns pensamentos ou sentimentos que me ocorreram; sabe-se lá o porquê disto. Segue pequena lista:
    - Ser assertiva sempre - me diz a outra segura de si. Pelo próprio estado de espírito eu deveria saber se agi certo ou errado. Penso que isso é um julgamento sem objetividade. Se o que importa é só o meu bem - estar, poderia eu ser um corrupto ou um corrompido e ir dormir muito sossegadamente tendo recebido ou pago propina. Julgando-me de muita sorte ou de uma esperteza fenomenal. Esta emoção é relativa e subjetiva.

   - Os meios justificam o fim? Alguém combina que virá almoçar comigo. Concordo e preparo a refeição; aguardo o casal que está em crise. A pessoa em questão manipula o esposo e diz que quem os convida sou eu. O marido não quer ir ao encontro destes amigos. Ele quer ir ao cinema. Pois lá se vão! E a amiga nem se dá o trabalho de ligar desculpando-se por esta falha. Fico esperando e termino por almoçar sem eles. Incrível esta falta de sensibilidade. Como enquadrar tal criatura no roll de comportamentos irracionais?

   - Surpreendente. Esta quase não fala comigo. Ontem, meia- noite, eu e ela conversando na cozinha, a taça de vinho aguardando nossos beijos. Ela quieta. Quando tenta falar é um lamento pregado no peito que ao sair quase arranca sua alma. Doi tanto que as lágrimas jorram dos olhos até a boca. Limpa-as com as mãos num gesto de socorro ou de censura.

   - No amor quem deve ter as rédeas? A razão, que é o juízo ou o coração que é emoção?

  

domingo, 22 de julho de 2012

Tempo de ser feliz

Como digo,estamos no tempo de criar felicidade, mesmo que venha aos bocadilhos...Temos viajado, ido ao cinema,ao clube,a bares e festas. Sempre vemos amigos e conhecidos que estão no mesmo rumo, driblando sombras densas ou amenas. Saindo de assistir ao agitado filme, O Ultimato Bourne e para variar a rotina da cervejaria Giovanetti, fomos ao Zin'bar, no espaço Jaraguá, na av. Brasil. É um lugar simpático, com garçons amáveis e lanches deliciosos! Também gostamos bastante do " Escondidinho" de frango ou carne seca que servem ali; com o tempo frio, deixamos de lado a cerveja e temos tomado um razoável vinho nacinal, adega Valduga. Normalmente, estamos eu e Ivan. Nosso jogar conversa fora fica, quase sempre, em memórias do tempo passado ou em projetos de viagens, de editar livros de poesias e de aves ou comentários de situações que nós não tenhamos vivenciado juntos. Como o filme que vi ali mesmo no Jaraguá- " Fauteil d'Orchestre"- de que muito gostei e seo Ivan não quis ver. Bobo ele, o filme é muito bom! Só apareceu meu marido para comer e beber! Neste dia, vimos Amália e seu marido que comentaram sobre seus netos. Neste tempo em que estamos novos avós, as pessoas celebram a novidade conosco. Neste último dia trinta, Ivan olhou com espanto seu ex. colega de trabalho Aníbal. Estava em uma mesa animada, com umas quinze, vinte pessoas! Logo se aproximou e , muito alegre explicava que aqueles tantos eram parte de sua rotina de encontros de colegas da oitava série ou seja, o antigo ginasial. Faz muito tempo! Este rascunho de 2007 ( santa Cristina!) achei-o por acaso. Foram-se no tempo, água abaixo, o espaço Jaraguá, o cinema e o Zin'bar. Ainda mais com a lei seca não se pode tomar aquele bom vinho e sair dirigindo... Agora, criamos felicidade só na hora do almoço; está muito bom, com vinho ou cerveja e,em seguida pegamos um cinema. Nada que não fortaleça o bom-humor

Tempo Outono - Inverno

Tempo Outono-Inverno Vinte e dois de junho: menos frio que a semana que passou.Foi uma semana das mais frias dos últimos dez anos de inverno. Hoje, desenrolamos um dia mais para outono, vestido de muito azul, com poucas núvens. Na estrada da vida, sigo também em tempo de outono- inverno; mais para outono. Contudo, sabendo que, se continuar no tempo, vou viver as asperesas do inverno. Sei que o idoso enfrenta muitas limitações somadas à incompreesão de muitos. É de rir para muitos e de chorar ( de rir? para outros)como eu e muitas amigas que nos aventuramos neste labirinto de informações não nos saimos bem. Este é um lugar de jovens. Sou audaciosa de me meter neste " metier ". Isso é mesmo um teste:sumiu ou equivoquei-me com nova senha; viajando bastante não arranjo tempo para postar aqui, em tempo adequado. Se editar, ótimo. Senão, desistirei de vez! Gosto de escrever pelo prazer de escrever, mesmo que ninguém leia, meu desabafo, minha opinião sem valor, meus questionamentos. Porém, vou-me alegrar se puder ver esta postagem. Estou com pés gelados, apesar de vestir meias de lã. Todavia, minha alma está aquecida: tenho filhos e netos e um esposo meigo e atencioso. Além de um montão de amigos e colegas. Vamos ver o que acontece neste clicar duvidoso. Se não funcionar, nada de muito importante perderei.Afinal, meu Deus existe e caminha comigo!