terça-feira, 11 de setembro de 2012

Caras e Bocas

     Tenho acompanhado as caras e bocas de amigas e das mulheres, em geral. Umas começam a esticar a pele do rosto logo ao completarem cinquenta anos. Outras esperam um pouco mais. A grande maioria, porém e felizmente, suporta o que costumam chamar " código de barras"  e o "bigode chinês". Há, todavia, aquelas que, mesmo não tendo enfrentado o bisturi, se gloriam com a nova cara inchada, preenchida, até meio torta. Haja paciência e caridade para não rir nem comentar o como estão feias, melhor, horrorosas! E as mulheres neste esquema, estão todas iguais Devem ter gostado do resultado ou não há volta, caso se arrependam. De batom, então, parecem a Clarabela, aquela dos desenhos infantis...
     Observando hoje, a senadora, agora já ministra da cultura, conclui que ela está com a boca do Shrek. Igualzinha! Umas vão devagar, esticam só um pouquinho hoje, mais um pouco amanhã. De repente, a boca chega antes delas; ou a boca tem vida própria - enorme, desproporcional aos olhos mesmo o nariz! Outras, contudo, estufam demais os lábios e se julgam uma Angelina Jolie. Ademais, lábios clássicos são finos e os da Jolie não são tão bonitos. As jovens de pele escura ou morena, sem esforço tem os lábios carnudos, bonitos. E não tem esse formato de boca estranha, inchada e esticada, como boca de macaco. Há quem diga que se lhes assemelha aos bicos de patas. Uma pena! Espero suportar as rugas que tenho e as muitas que virão, caso eu viva muitos anos para tê-las profundas. Pode acontecer que surja algum tratamento para suavizaá-las sem as deformar; então, seria um caso a pensar. Às vezes, entramos na dança dos costumes sem percebermos a agressão a que submetemos nossa face, ou nosso corpo. Não sei, não vi o estado anterior daqueles rostos. Pode ser que tal deformação, hoje corriqueira, seja para elas a melhor solução.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Raça ou cor de pele

     Faz algum tempo, um homem de pele negra ( deveria dizer afro-descendente?) nos ofereceu uma conferência onde ressaltava que "todos temos sangue de africanos e/ou de índios e/ ou de europeus ( sobretudo dos portugueses, italianos e espanhóis). Muito bem. A miscigenação no Brasil é das mais complexas. Ademais, não existe raça pura. Mesmo os muito escuros ou os de pele muito branca. Pelo meio da palestra, o homem já se fazia de coitado, prejudicado e, além de nos acusar de elitista, por termos a pele mais clara, afirmava ao bom som que os de pele escura tinham muito a receber da sociedade pois sua raça fora explorada e blá, blá, blá... De repente, ele pertencia a uma raça, a um grupo bem definido; eles mesmos se definindo incompetentes ou perseguidos. Não se pode chamar alguém de negro, muito menos de crioulo. Mas criam o " Dia da Consciência Negra". E conseguiram, com poucos esforços, as tão polêmicas cotas para Universidades.
     É com grande alegria que observo o ilustre ministro Joaquim Barbosa, com mestrado e doutorado no Exterior, dando um show de Ética, Competência e Coragem em ambiente quase sempre duvidoso de se fazer justiça. Se a Justiça realmente fosse a normalidade daquela Casa, não haveria tamanha euforia. E, para provar que o negro não necessita de cotas, esse ilustre senhor, fez seus estudos sem precisar de favores. Na verdade, esse caminho que sugere um atalho, pode ser uma armadilha perigosa para alguns preguiçosos. Sabendo que terão sua vaga garantida pela cor da pele, não se esforçarão para dar o melhor de si. Isso é uma pena. Quase certo é que não teremos outros Joaquim Barbosa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Retalhos da Vida

A poesia nos embala e nos eleva a um mundo superior à matéria. Um pouco de poesia nos faz refletir; nos cria a consciência crítica fundamental para filtrarmos os conteúdos que nos bombardeiam de todos os lados.

Retalhos da vida
A vida de cada um e de todos nós
É como colcha de retalhos,
Como veste de palhaços
Mesmo roupa de espantalhos.
Nenhuma vida só de branco se veste
Nem de puro ébano se tece,
Num fio feito de aço,
Que nunca se interrompe.
Assim, os retalhos de nossos sentimentos.
Ora vermelhos, ora cinzentos;
Azuis alguns julgamentos;
Outros, densos retalhos de lã...
Somos revestidos desses retalhos,
Novos ou velhos; alegres ou tristes.
Aceite os retalhos de sua vida
E faça deles uma obra de arte.