Meu relógio preto e velho,
pendurado na parede da cozinha.
Ninguém te ve, ninguém te sente.
E a alegria que tenho é só minha.
Ninguém percebe teu cansaço,
Tuas falhas mesmo teu silêncio.
Por tantos anos foste minha alegria,
tiquetaqueando meu tempo,
pondo ordem em meus dias.
Meu querido relógio preto,
de rosto dourado, luminoso
e som virtuoso,
incomodando ouvidos sensíveis,
na madrugada!
Ponteiros certeiros, a ausência marcando
de um amor que prometera voltar!
Não te deixarei calar,
mesmo cantando em descompasso
e, como eu, já claudicante.
Pois devagar também sigo nesse passo:
ti...que, taque, tique,tiquetique...taque,
ta... ta...que, que...tictac.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
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