quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Centenário da Unifei - Itajubá

     Foi emocionante, muito mais que os anteriores, o encontro da turma de engenharia, de 1968. São engenheiros eletricistas e mecânicos, que trabalharam nas mais importantes empresas brasileiras. A alegria que fazia o encontro mais feliz é que neste novembro a Unifei celebra seu centenário de fundação.
     Fundada em 1913, por Teodomiro Carneiro Santiago, teve em  seu início grandes dificuldades. Contudo, Teodomiro C. Santiago era um visionário e empreendedor. Seu ideal era criar uma escola para a formação de engenheiros mecânicos e eletricistas, em um modelo avançado em que se unia a teoria do ensino à prática dos conhecimentos. Este argumento lhe chegou a partir do pensamento de Augusto Comte: " É mister relacionar a sabedoria teórica com ...a prática". Também, do lema extraido da frase "Res non verba" ( fatos, não palavras) do general francês Lázaro Hoche, Teodomiro Santiago compôs sua frase memorável:" Revelemo-nos mais por atos que por palavras, dignos de possuir este grande país".
     Em 1912, viajou a Europa e Estados Unidos para estudar os novos métodos de ensino tecnico, adquirir equipamentos para os laboratórios e contratar professores para a futura instituição de ensino superior. Os primeiros professores foram Dr. Armand Bertholet, Dr. ArthurTolbecq e Victor Van- Helleputt. Seguiram-se a estes os Drs. Fritz Hoffmann e Arthur Spirg. Os primeiros holandeses e suíços e, posteriormente, o francês Dr. Pierre François Objois.
     Em 23 de novembro de 1913, o IEMI - Instituto Eletro- Mecânico de Itajubá - foi criado tendo as presenças ilustres do então Presidente da República Hermes da Fonseca, de Wenceslau Pereira Gomes, vice- presidente do Brasil, autoridades locais, professores e alunos.
     A primeira turma de apenas dezesseis ( 16) alunos formou-se em 1917.
     A Unifei que começara como IEMI prosseguiu como IEI - Instituto Eletrotecnico de Itajubá, EFEI - Escola Federal de Engenharia de Itajubá e finalmente, UNIFEI Universidade Federal de Itajubá. Como tal, vem-se expandindo admiravelmente em suas instalações, cursos e número de alunos.
     São muitos os nomes de ex- alunos que engrandeceram esta instituição de ensino, exercendo altos cargos em grandes empresas; infelizmente, porém, encontramos alguns que se deixaram levar pelo poder e pela sedução de enriquecimento fácil e ilícito. Alguns desses passaram pelo vexame de chorar em rede nacional e desculpar-se por perjúrio e envolver- se em corrupção; outro encarou uma um confronto em CPI, mais alguns que se tornaram executivos de empresas estatais, foram questionados por roubarem dinheiro público. Perderam o emprego na empresa lesada mas foram relocados em outra estatal. Um triste modelo que se repete num país onde muitos já perderam a vergonha. Poucos  estão até hoje lavando o dinheiro, através da compra de imóveis, em condomínios de alto padrão ou, de tempos em tempos, buscam parte da fortuna depositada em paraísos fiscais.  Há quem mudou-se para o Nordeste de modo a não ser questionado, aqui em Campinas onde muitos ex- colegas e ex- amigos ficariam espantados com tamanha fortuna adquirida como passe de mágica. Lá, bem longe, talvez sejam reconhecidos apenas como herdeiros do Rei Midas! Estejam esses certos de que todo mundo sabe de onde vem seu dinheiro sujo.
     Dentre os ilustres lembramos o engenheiro Aureliano Chaves de Mendonça que foi vice- presidente do Brasil, Joel Rennó - ex- presidente da Petrobrás; os ilustres professores José Rodrigues Seabra, Richard Bran, Antonio Rodrigues de Oliveira, Pedro Mendes e muitos outros.
     Teodomiro C. Santiago faleceu em 1936, no Rio de Janeiro.
     É um consolo para os justos e honestos contemplarem a vida de pessoas como Teodomiro C. Santiago. Com ideais elevados que, como nós outros, trabalhou para o bem de muitos, exerceu sua capacidade intelectual e não apenas cuidou de roubar o dinheiro público, como alguns colegas dessa formidável turma de 1968.

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