quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Lições dos livros e dos filmes

Tanta agitação, tanto temor de que invadam nossa conta - não somos nenhum vulto importante nem pretendemos fazer mal a ninguém. Contudo, sempre estão a cuidar de nossa privacidade. É realmente estressante, guardarmos as diferentes senhas -  cada vez mais sofisticadas - com letras e números. Amigos e parentes a criticar-me por não ter " sap" ou "zapzap," como brincam. Dizem que combinam almoços, jantares, orações e muito mais. Elas não tem mais paciência para lerem nem enviar e-mails. Tudo fazem pelas redes sociais e mensagens que trocam enquanto assistem a um filme ou novela a conversarem com quem está na sala. Querem fazer tudo ao mesmo tempo...

Gosto muito de conversar de frente, olhos nos olhos, vendo as reações faciais, a calma ou agitação que a prosa provoca. Nestes últimos anos, tanto neste Brasil como nas grandes nações do mundo, a maioria anda muito agitada até sem saber a verdadeira razão que age subversivamente. Há uma nuvem escura, densa e perversa pairando sobre nossos dias, sobre nossos sonhos e ameaçando nossos parcos nacos de paz. Gosto de conversar com alguns, enquanto comem peixe cru e molhos à moda japonesa, com outros que preferem o filé ao molho madeira e um bom vinho. Então, num desses dias, ela me falava do filme Elysium. Uma elite vivendo fora do planeta Terra, na abundância de tudo o que desejavam. E, neste planeta, a maioria vivendo miseravelmente, na fome, na dor, no abandono. Pude recordar-lhes, o livro "1984", de George Orwell - que tornou-se filme - que vi e revi muitas vezes - para analisar e entender a mensagem; para não ser apenas uma diversão, mas um real  alerta sobre uma sociedade global controlada por uma elite que dita o que se pode e o que não se pode fazer. São todos monitorados, no trabalho, nas ruas e dentro de suas casas. E não é isso que, aos poucos vamos buscando ou somos manipulados a suportar até gostar? Logo vamos querer as câmaras " sorria, você está sendo filmado" - que já nos perseguem pelas ruas e salas de consultório - vamos querer que estejam a nos " proteger " enquanto dormimos...E, se por acaso, trocarem uma letra de meu nome ou um número  de meu registro, poderei ser presa sem direito a explicações. Estes filmes e livros de ficção científica são proféticos, no meu entender. Economista renomado me diz que avançamos rapidamente para este estado de uma minoria, uma ponta da pirâmide, a elite global estar na fartura, na saúde, na riqueza e no prazer e a multidão, na fome, na miséria, na loucura animalesca e cruel.
O "Admirável Mundo Novo" - de Aldous Huxley nos afirma que aqueles sobreviventes viverão felizes em completa escravidão - pois que foram manipulados, sofreram lavagem cerebral e são preguiçosos para pensar...Nesta linha, vemos o que fazem com nossas cabeças a propaganda a nos vender desde um perfume, um celular, um petisco até um candidato ao posto mais alto de uma nação. Então, rolam as mentiras envoltas em papel celofane, as promessas que nunca serão cumpridas.
Mais um para nos assombrar, Herbert George Wells - mais conhecido com H.G. Wells - com seus muitos romances de ficção. Nada muito assustador, se os tratarmos como diletantismo de quem sonha demais: a sociedade é totalmente anárquica, os bebês todos de proveta. Família tradicional, monogamia, privacidade, e pensamento individual criativo constituem crimes.
Consegue enxergar algum paralelo com os dias atuais? Ouvimos daqui e dali que há diversos modelos de família, fraturadas  acidentalmente pelo falecimento ou separação do  pai ou da mãe. Ouvimos que " faça como você quiser": duas mães lésbicas e nenhum pai; dois pais homossexuais e nenhuma mãe; também pode ser de quatro ou mais que se chamarão " cuidadores". É, assim fica melhor. Ninguém ficará humilhado. E seu marido pode ter duas ou três esposas ou a mulher terá quantos homens quiser, ao mesmo tempo. Quando parece que demos um passo em direção à ética, à moral, ao respeito, ao amor; damos um retorno ao animalesco, ao brutal, ao pornográfico. Tudo em nome da paz. Aqui, paz é sinônimo de desordem. Também os relacionamentos não devem ser duradouros. Não havendo paixão nem religiosidade, ficaremos como seres bestiais.

Pouco diferente destas obras, vemos o filme "Jardineiro Fiel" a denunciar os grandes laboratórios, onde sempre o lucro é quem dita as ordens, pelo crime de criarem as doenças e, em seguida, venderem a cura. E o livro " Poder Global e Religião Universal" de Juan C. Sanahuja. É a Igreja da Nova Era; a enorme tenda abrigando  as grandes denominações. De fato, não é para viverem em polêmica sobre qual religião é a verdadeira ou melhor. Mas, cada qual ficaria em sua crença, como amigos. Ouvimos " Um só rebanho e um só pastor." Só que este rebanho mundial não pensa de modo homogêneo; pois que se houve separação desde muitíssimos anos é porque são divergentes. E esta reunião apenas justaposta não promove o " um só coração, uma só alma."

Esses livros parecem proféticos ou alguma eminência parda está a seguir-lhes os rastros, como etapas não de um mundo melhor, mas de um mundo cada vez mais materialista, egoísta a plantar destruição.
Anunciam um desprezo pela vida, sobretudo pelos velhos e enfermos. E, temendo a superpopulação mundial, já limitam os tratamentos de idosos e deficientes de qualquer idade.

Se leio tais livros e vejo tais filmes, eles são minhas janelas para o mundo. Contudo, o que me alimenta o espírito é a meditação, à sombra do arvoredo, com o sussurro da água ou do vento; com o canto dos pássaros e um azul celeste, lavado em luz, anunciando esperança, n'Aquele que venceu o mundo

Um comentário:

C.Regina disse...

Muito bom o texto, concordo com VC, mas não há como fugir do sistema amiga, fomos engulidos por ele. Permita-me dizer, achei o texto um tanto longo, poderia ser em capitulos.