quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Apenas Vivendo/ Relembrando

As festas ainda nem se diluíram no tempo - pois que tenho a casa cheia de corre- corre, gritinhos de netos e agregados, graças a Deus - e vamos somando os feitos, os não -feitos, os bem- feitos e sempre restarão alguns mal- feitos. Coisas da vida. Não lastimarei o que deixei de fazer ou os mal - feitos, seja pelo bem de outros, seja porque estou apenas vivendo, sem cobranças.

Já falei e repito o aprendizado de que " o hábito é uma segunda natureza". Uma vez que se acostuma a trabalhar pouco, a dormir de menos, a comer errado, isso se tornará parte de você. De outro modo, se me acostumar a trabalhar muito, a dormir o quanto me baste e, se não bastar ficará para outra vez, já que o trabalho virá antes; se me acostumar a comer corretamente e ainda a me exercitar no corpo e na alma: tudo isso será um hábito. Fará parte integral de minha personalidade. Meu pai dizia isso em outras palavras:" o uso do cachimbo é que faz a boca torta."
Por isso, eu disse: estou apenas vivendo. E este estar apenas vivendo não significa que deixarei meus sonhos sem regas. Não! Não os deixarei murchar nem desbotarem-se como tem acontecido com meus lírios, neste tempo de seca selvagem. Sei que a estrada da vida vai ficando muito mais íngreme a cada dia que termina.
Continuo obstinada com a escrita. Se alguém vai ler, isso é outra conversa. Gostava de escrever desde muito criança. Ver as letras, as frases e os parágrafos a preencher o branco do papel numa cumplicidade perfeita. A tinta a dançar como um fio d'água escorrendo morro abaixo, registrando meu pensamento até minhas emoções, fuçando e remexendo toda a tulha de minha alma...
Isso para mim é viver! Então, repito: estou apenas vivendo. Sem cobranças de onde andará meu novo livro de poemas? E aqueles contos dormindo na gaveta? Poderiam iluminar alguma face, num riso maroto ou constranger quem tem algo a esconder. Esperança, talvez espanto, curiosidade ou saudade poderiam minhas historietas ressuscitar. Nalgum dia, eu as resgatarei, se a nau do tempo o permitir. Não deixarei de percorrer meu caminho. Tentações para cruzar braços e pernas, parar com tudo e só "curtir" nas redes sociais já as ouvi muitas. Não cederei a tais ofertas. Só que meu ritmo está vagaroso tal uma tartaruga velha. Vou colhendo, no entanto, muito mais rosas que espinhos; mais consolo que desalento. Enquanto eu tiver fôlego, falarei com minha melhor amiga - eu mesma - e meu Mestre - o Senhor Jesus Cristo. Falarei, em prosa e verso, com amigos fiéis, peregrinos que somos, na mesma trilha.
Como amante da língua portuguesa, lembro-me de que neste 2014 que se finda, comemoramos oito séculos de Língua Portuguesa, sendo o primeiro documento oficial registrado em 1214. O Brasil e Cabo - Verde, lançaram selos comemorativos a esta data. As homenagens prosseguirão até meados de 2015. Sem me cobrar, pretendo escrever sobre isso.
Para não esquecer gravemos, países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil,  Cabo- Verde, Guiné - Bissau, Moçambique, Portugal, Timor- Leste, São Tomé e Príncipe.

Ano Novo - 2015 - sem cobranças; sem promessas.
O que eu fizer, estará feito.
Só não deixarei de amar ninguém. Aqui ou como estrelinha, apenas vivendo!

Nenhum comentário: