terça-feira, 7 de agosto de 2012

Amenidades: a culpa não é do cão.

    Não muito ameno quando se ve tantos cães " passeando" com seus donos porque na verdade estes os levam para defecar nas calçadas ou praças públicas! Vejo um seo fulano, alto, elegante bem vestido,puxando seu Golden Qualquer Coisa, raça linda do Reino Unido. Mal sai de sua residência, o cão vai urinar nas plantas do vizinho. Foi treinado para isso. Não esvazia sua bexiga ao pé da árvore da casa onde mora. Segue, a poucos, suja a calçada. Anda mais um pouco, defeca mais. E o dono segue mais à frente como se o animal não lhe pertencesse. Abordo o cidadão, elogio seu animal, ele me agradece e lamento o fato de ele ter adestrado o cão de modo tão infeliz a sujar a rua e ser um mau vizinho. O homem fica vermelho, finge que não é com ele que falo e entra na padaria. Alguém que chega me aplaude, pois tamanha safadeza não se enquadra com aquela figura de tão alta estatura e nanico na educação.
     Assim, já falei com um casal também todo produzido, cada qual puxando o balanço branco de seus cães. Nada de saquinho plástico para recolher a sujeira dos pequenos. Paro e fico observando sem dizer palavra. O homem puxa fortemente a coleira e o cão confuso se pergunta por que " hoje " não posso evacuar sossegado, bem na frente do portão deste condomínio? A bonitona se desespera; vestiu o agasalho azul que ressalta o louro artificial de seus cabelos e vem esta mulher para bem à minha frente?! Aguardo, elogio o cão e lhe digo que não gastará muito se comprar saquinhos plásticos; aliás, os mercados voltaram a oferecer os tais e ela não teria muito trabalho. Vou observando pacientemente pessoas que não tem consciência do erro que comentem a cada dia.
     Um retalho alegre do cotidiano se me apresentou, quando um idoso encurvado sob o peso dos anos, com muita dificuldade abaixou -se e recolheu os restos da digestão de seu Basset. Enrolou e amarrou a ponta do saquinho. Conversamos animadamente e ele se alegrou por ser, a meu ver, um ótimo exemplo para seus colegas. De fato, a culpa não é docão.

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